quinta-feira, 3 de maio de 2018

Primeiro de Maio e Nossa Homenagem ao dia da Rebeldia da classe trabalhadora.



Nossa singela Homenagem aos homens e mulheres jovens, adultos, velhos e crianças que em todo o mundo, todos os dias, mantém tudo funcionando para os donos do mundo: só vocês podem mudar o mundo, podem construir  uma sociedade na qual trabalhemos para nós mesmos. 

Nossa homenagem traz dois belos poemas e alguns dos melhores filmes de nossas lutas para a construção da comunidade humana sem explorados ou exploradores.


A semente que semeais outro colhe


Homens da Inglaterra, por que arar
para os senhores que vos mantêm na miséria?
Por que tecer com esforço e cuidado
as ricas roupas que vossos tiranos vestem?
Por que alimentar, vestir e poupar
do berço até o túmulo,
esses parasitas ingratos que
exploram vosso suor – ah, que bebem vosso sangue?

Por que, abelhas da Inglaterra, forjar
muitas armas, cadeias e açoites
para que esses vagabundos possam desperdiçar
o produto forçado de vosso trabalho?
Tendes acaso ócio, conforto, calma,
abrigo, alimento, o bálsamo gentil do amor?
Ou o que é que comprais a tal preço
com vosso sofrimento e com vosso temor?

A semente que semeais, outro colhe.
A riqueza que descobris, fica com outro.
As roupas que teceis, outro veste.
As armas que forjais, outro usa.
Semeai – mas que o tirano não colha.
Produzi riqueza – mas que o impostor não a guarde.
Tecei roupas – mas que o ocioso não as vista.
Forjai armas – que usareis em vossa defesa.

Poema de Shelley citado em Huberman, Leo, História da Riqueza do Homem, Zahar Editores, 17ª ed.

PERGUNTAS DE UM TRABALHADOR QUE LÊ
Bertold Brecht

Quem construiu a Tebas de sete portas?
Nos livros estão nomes de reis.
Arrastaram eles os blocos de pedra?
E a Babilônia várias vezes destruída
Quem a reconstruiu tantas vezes? Em que casas
Da Lima dourada moravam os construtores?
Para onde foram os pedreiros, na noite em que
a Muralha da China ficou pronta?
A grande Roma está cheia de arcos do triunfo
Quem os ergueu? Sobre quem
triunfaram os Césares? A decantada Bizâncio
tinha somente palácios para os seus habitantes? Mesmo
na lendária Atlântida
os que se afogavam gritaram por seus escravos
na noite em que o mar a tragou.
O jovem Alexandre conquistou a Índia.
Sozinho?
César bateu os gauleses.
Não levava sequer um cozinheiro?
Filipe da Espanha chorou, quando sua armada
naufragou. Ninguém mais chorou?
Frederico II venceu a Guerra dos Sete Anos.
Quem venceu além dele?
Cada página uma vitória.
Quem cozinhava o banquete?
A cada dez anos um grande Homem.
Quem pagava a conta?
Tantas histórias.
Tantas questões.

Terra e Liberdade (1995)




Em meados dos anos 30, David Carr deixa a cidade de Liverpool para lutar por seus ideais na Guerra Civil Espanhola. 
A Guerra, marcada pela polarização ideológica, uma das características que marcaram o período entreguerras, foi um dos acontecimentos mais marcantes da história do século XX. 
A crise desencadeada pela Primeira Guerra Mundial, aprofundada pela quebra da economia mundial após 1929, afetou praticamente todo o mundo, gerando grande desemprego e pobreza. Na Europa, essa situação foi responsável pela "polarização ideológica", ou seja, pelo desenvolvimento das forças populares de esquerda e, ao mesmo tempo, das forças reacionárias fascistas. 
Na Espanha, essa situação foi responsável pela Guerra Civil, de 1936 a 39, quando um golpe militar, apoiado pelas forças de direita, provocou a divisão do país. O golpe, pretendia eliminar o regime republicano instituído em 1931, responsável por uma série de reformas que desagradaram os setores mais conservadores do país, uma vez que os interesses de latifundiários e da Igreja Católica foram duramente atingidos. 
O conflito teve de um lado os republicanos apoiados pelos grupos de esquerda - comunistas e anarquistas -, enquanto de outro encontravam-se os grupos fascistas e os setores mais conservadores do país. 
Enquanto a Alemanha e Itália ajudaram diretamente os fascistas espanhóis, Inglaterra e França adotaram uma política de neutralidade. A principal ajuda material foi dada pela União Soviética, que enviou armas e assessores;no entanto, o grande destaque do lado republicano, foi o das "Brigadas Internacionais", grupos de voluntários de vários países, que foram combater na Espanha. No inicio de 1937, as Brigadas tiveram papel importante na vitória sobre tropas italianas. O filme é uma ótima oportunidade de ver como se formaram as brigadas internacionais, que contaram com nomes ilustres em suas fileiras, como Ernest Hemingway, George Orwell e Antoine de Saint-Exupéry. 
Em abril do mesmo ano, a aviação alemã, em apoio aos nacionalistas, bombardeou a cidade basca de Guernica.


Elenco:

Ian Hart, 
Rosana Pastor, 
Icíar Bollaín, 
Tom Gilroy, 
Marc Martínez, 
Frédéric Pierrot, 
Andrés Aladren, 
Sergi Calleja

Duração: 105 minutos
Direção: Ken Loach


Dia de Festa (2006)



Em outubro de 2004 o Centro de São Paulo foi cenário de cenas de guerra. Na ocasião o MSTC - Movimento Sem-Teto do Centro de São Paulo - fez 7 ocupações simultâneas a prédios desocupados da cidade. O confronto testemunhado pelo filme continua a ocorrer diariamente, à margem das manchetes dos jornais. Deste front emerge, com força, legítimas lideranças femininas.
A partir da história e do dia-a-dia de jovens mulheres líderes do Movimento, o filme aborda o embate entre MSTC e Poder Público acerca de uma grande contradição das metrópoles em geral: a grave falta de habitações populares diante da vasta quantidade de edifícios abandonados.


Duração: 77 minutos
Direção: Toni Venturi / Pablo Georgieff


Doutor Jivago (1965)



Dr. Jivago é um dos mais belos filmes dirigidos por David Lean (Lawrence da Arábia ), contando a história de um amor impossível entre o jovem médico Iury Jivago (Omar Sharif) e a bela Lara (Julie Christie), uma paixão que atravessa uma revolução e uma guerra mundial. Um filme apaixonante, com imagens memoráveis, como a da revolução russa nas ruas de San Petersburg, a travessia de trem pelos Montes Urais, e as incontáveis cenas de batalhas pela Europa durante a Segunda Guerra Mundial.


Elenco:

Omar Sharif ... Yuri
Julie Christie ... Lara
Geraldine Chaplin ... Tonya
Rod Steiger ... Komarovsky
Alec Guinness ... Yevgraf
Tom Courtenay ... Pasha
Siobhan McKenna ... Anna

Duração: 200 minutos
Direção: David Lean


Cabra Marcado para Morrer (1984)



No início da decada de sessenta, um líder camponês. João Pedro Teixeira, é assassinado por ordem dos latifundiários do Nordeste. As filmagens de sua vida, interpretada pelos própios cmponeses, foram interrompidas pelo golpe militar de 1964. Dezessete anos depois o Diretor retoma o projeto e procura a viúva Elizabeth Teixeira e seus dez filhos, disersados pela onda de repressão que seguiu ao episódio do assassinato. O tema principal do filme passa a ser a trajetória de cada um dos personagens que, por meio de lembranças e imagens do passado, evocam o drama de uma família de camponeses durante os longos anos do regime militar


Duração: 119 minutos
Direção: Eduardo Coutinho

ASSISTA AQUI!


O Jovem Karl Marx (2016)



Aos 26 anos, Karl Marx ( August Diehl) embarca para o exílio junto com sua esposa, Jenny (Vicky Krieps). Na Paris de 1844, ele conhece Friedrich Engels (Stefan Konarske), filho de um industrialista que investigou o nascimento da classe trabalhadora britânica. Dândi, Engels oferece ao jovem Marx a peça que faltava para completar a sua nova visão de mundo. Entre a censura e a repressão, os tumultos e as repressões políticas, eles liderarão o movimento operário em meio a era moderna.


Elenco:

August Diehl ... Karl Marx
Stefan Konarske ... Friedrich Engels
Vicky Krieps ... Jenny von Westphalen
Olivier Gourmet ... Pierre Proudhon
Hannah Steele ... Mary Burns
Alexander Scheer ... Wilhelm Weitling
Marie Meinzenbach ... Lenchen

Duração: 118 minutos
Direção: Raoul Peck



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